Biblioteca do Observatório Céu Austral

 

 

A observação de cometas

atividade para poucos?

por Regina Auxiliadora Atulim

 

Os cometas são, de fato, os objetos celestes mais curiosos que existem. Apesar de todos serem uma "bola de gelo sujo" como dizia o famoso astrônomo norte-americano Fred Lawrence Whipple (1906 - 2004), ao se aproximarem da Terra, mostram-se com formas, brilhos e até cores diferentes, o que transforma, cada um deles, em um espetáculo especial. Cometas bem brilhantes visíveis a olho nu são raros, mas cometas telescópicos são relativamente comuns.

 

A observação de cometas telescópicos, obviamente, envolve o uso de equipamentos ópticos que, não necessariamente, precisam ser de grande porte. Até mesmo com binóculos é possível rastrear certos cometas. A maior dificuldade é localizá-los pois, geralmente, são corpos difusos que facilmente podem ser confundidos com objetos de fundo de céu (deep sky objects – aglomerados, nebulosas e galáxias) (*). Para quem tem o costume de observar o céu, muitos desses objetos já são familiares e não causarão confusão. Caso contrário, uma carta celeste com a trajetória do cometa, pode ajudar. Entretanto, saber reconhecer as principais estrelas e constelações é muito importante. É importante também conhecer algumas das características do cometa como seu diâmetro e magnitude aparentes previstos para ter idéia do que procurar. Essas informações podem ser obtidas em sites especializados (**).

 

É importante lembrar que a percepção da magnitude dos cometas é diferente da magnitude aparente das estrelas, uma vez que estas são objetos pontuais e os cometas são objetos extensos. Quando falamos em uma magnitude aparente igual a 10 para um cometa estamos falando da magnitude integrada, ou seja, a magnitude que o cometa teria se o brilho de toda sua área fosse concentrado em um único ponto. Assim, se a magnitude limite de um telescópio é igual a 12, por exemplo, significa que é possível ver por meio dele estrelas de até magnitude aparente 12. Cometas, entretanto, só serão visíveis se tiverem magnitude aparente de, no máximo, 10.

 

Além do brilho, uma característica bastante útil para localizá-los é o grau de condensação da coma (cuja representação é DC – degree of condensation), uma estimativa do quanto a matéria está condensada em torno do núcleo do cometa. Os valores de DC variam de 0 (coma totalmente difusa, sem concentração de brilho central) a 9 (coma pouco difusa com forte concentração central de brilho), ou seja, quanto maior o valor de DC, menor o diâmetro aparente da coma.

 

(*) Alguns fabricantes de telescópios computadorizados disponibilizam em seus sites as coordenadas de objetos celestes recém descobertos, permitindo downloads que incorporam as novas descobertas ao rol de objetos já catalogados no computador do telescópio.

 

(**) relação dos sites:

 

Comet Observation Home Page: http://encke.jpl.nasa.gov

Cometography.com: www.cometography.com

Comet Chasing Page: www.skyhound.com/sh/comets.html

IAU Circulars: http://cfa-www.harvard.edu/iau/services/IAUC.html

ICQ Comet Information Website: http://cfa-www.harvard.edu/icq/icq.html

 

 

 

 

 

 

 

 

cometa West  (1970)

 

 

 

 

voltar