Biblioteca do Observatório Céu Austral

 

 

A origem dos planetas telúricos

por Regina Auxiliadora Atulim

 

De acordo com a teoria dos planetesimais, do início da década de 1970, os principais corpos do Sistema Solar originaram-se há cerca de 4,6 bilhões de anos, a partir de uma gigantesca nuvem formada por gases e poeira em rotação. A nebulosa primitiva, localizada em um dos braços espirais da Galáxia, era formada não apenas por hidrogênio e hélio, as substâncias mais abundantes no Universo, mas também outras mais complexas, incluindo até mesmo aquelas sintetizadas somente durante as explosões de supernovas.

 

Devido a um processo de contração gravitacional, a matéria da nebulosa adensou-se na região central originando o proto Sol. O aumento da velocidade de rotação da nuvem, resultante da contração, provocou o assentamento da matéria no plano equatorial da estrela em formação.

 

Nas regiões do disco muito próximas ao proto-Sol e, portanto, mais quentes, a matéria volátil foi vaporizada. Na região onde se formaram os planetas telúricos, as substâncias menos voláteis e mais densas se condensaram. Os movimentos caóticos das partículas presentes no disco provocaram inúmeras colisões e os choques inelásticos entre elas resultaram em corpos cada vez maiores.

 

Ao adquirirem dimensões quilométricas, os planetesimais, matéria prima dos planetas, formaram anéis concêntricos em torno do proto-Sol, de acordo com suas velocidades orbitais (obedecendo às Leis de Kepler). Por meio de colisões inelásticas sucessivas, os corpos aumentaram de tamanho e em dezenas de milhões de anos os planetas telúricos atingiram suas dimensões atuais.

 

A cada aglutinação, entretanto, parte da energia cinética dos planetesimais transformava-se em energia térmica, aquecendo o corpo maior, resultante da colisão. À medida que os corpos cresciam, suas temperaturas interiores aumentavam até que o aquecimento foi suficiente para fundir as substâncias. O material fundido sofreu processo de diferenciação química, ou seja, as substâncias mais densas depositaram-se nas regiões centrais dos astros e, as menos densas, nas camadas mais externas.

 

A diminuição do número de planetesimais levou a um decréscimo na taxa de colisões, decretando o final da formação dos planetas. Estes, então, passaram a perder calor para o espaço, resultando no resfriamento e solidificação da camada mais externa. O material rochoso da crosta, apresenta características de um bom isolante térmico e, no caso da Terra, impediu (e ainda impede) que o calor interno se perca, mantendo a maior parte das substâncias de seu interior ainda fundidas. Provavelmente o mesmo deve ocorrer ou ter ocorrido nos demais planetas telúricos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

os planetas telúricos

(imagens da NASA e JPL)

 

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